PRÁTICA REFLEXIVA ou
Encadeamento das ideias por trás do movimentos ou dos movimentos por trás das ideias.
O que significa, o que gera no corpo, o que movimenta no fazer da intérprete trazer esse conceito, utilizado com maior frequência na linguagem musical?
Que tipo de ligações, insights, reverberações são possíveis quando MIXADO a linguagem da DANÇA, do corpo-movimento?
Parto exatamente do que sample representa na música e abordo esse conceito pelo viés da duração.
Se fossemos ‘retirar’ um sample, utilizando os mesmos procedimentos que um produtor musical faria, teríamos uma MÚSICA, que não precisaria de fato estar finalizada, mas que deveria conter pelo menos alguns compassos.
*compassos - DIVIDEM E ORGANIZAM O TEMPO. É a contagem do Tempo.
OS movimentos dividem e organizam o tempo e o Espaço.
Mas qual a duração desse samples?
O que marca o começo e o final de um sample? - isso depende exatamente do trecho que foi retirado, podendo um sample ser composto de fim, iniciar pelo meio, e acabar ainda enquanto “começa”.
O que REALmente estamos dançando AGORA?
O agora,
Sempre foi assim. <o que muda é e que agora existe a consciência disso - consciência que liberta e gera autonomia>
Seriam esses EXPERIMENTOS SAMPLES uma tentativa de organizar todas as agoricidades. agorências, agoricissitudes, agorrisses?
CHAFURDAR clichês, padrões e tendências - VER O QUE FICA, o que persiste, o que disso se transforma.
E num processo de observação - se deixar agraciar pelo que ESPONTANÊAMENTE se escolheu, um tipo de geração ESPONTÂNEA - Pelo esgotamento, repetição, insistência, seria ainda que numa atitude ativo-passiva UMA escolha feita não pelo racional, mais ainda sim uma escolha. Pensar que o Sample é o que sobra, pode ser também uma maneira de abordar.
Agora um preciosismo:
Pensar no Sample como algo que sobra o que se é escolhido?
Isso pode ser ou parecer a mesma coisa, mas se analisado atentamente, podem esses dois verbos que estamos utilizando: ESCOLHER E SOBRAR gerar qualidades de movimento completamente diferentes:
Encarando-os como uma escolha - os SAMPLE são TRECHOS de uma essência- O QUE FICA.
Encarando-os como sobra - os SAMPLES são rebarba. VESTÍGIOS.. rastros..
SÃO QUALIDADES INTERESSANTES.
COMO COLETAR ESSES SAMPLES?
TEM -SÊ UMA MÚSICA? algo para coletar?
sim!
Tem-sê a música de uma vida inteira, de memóriacorpo, corpo que ouve e vê e é.
E se faz matéria.
ESCOLHE-SE ENTÃO pontos de partida, lugares de interesse.
Fragmenta-se em partes para que se possa alcançar o todo.
ESGOTA-SE ESSES PONTOS DE PARTIDA.
o que fica?
SAMPLES E A EFEMERIDADE
- O que ficou ontem, não faz mais sentido hoje. E os meus movimentos parecem forçados. tento repetir coisas que deram certo, elas estão secas e vazias. automáticas. desnecessárias.
O registro do SAMPLE não pode ser o mesmo que se faz de uma coreografia “clássica” por exemplo. Por que não são movimentos [ formas] para serem repetidos, a forma pela forma. Os registros tem que ser sensação, intenção, registro-imagem. E os movimentos sempre consequências.
SERIAM os samples um nova possibilidade de NOTAÇÃO - organização - criação- uma espécie de figura de nota de uma dança-performance, mais pautada em uma escuta profunda e refinada do momento-presente, profundamente enraizada na pergunta: O QUE ESTOU DANÇANDO AGORA? .
isso é de uma sensibilidade incrível e me parece maravilhosamente humano.
COMPOSIÇÃO FINAL
e SE juntarmos vários SAMPLES, conseguimos criar uma música?
como soaria a frequência desses sons recortados de diferentes partes?
diferentes parte de uma mesma música, diferentes partes de músicas diferentes?
Que tipos de qualidade de som, o que ressoaria desses fragmentos quando colados? que unidade seria essa?
SERIAM uma sequência de CICLOS?
SAMPLERS
O Corpo como um sampler que armazena amostras de movimentos, ‘arquivos’ em diversos formatos, com a finalidade de serem reproduzidos e/ou reprocessados posteriormente, um a um ou de forma conjunta, montados em função de forma e tempo, soando como uma reprodução solo ou mesmo equivalendo a uma “banda” completa.
2 de Abril de 2018
SAMPLES EM DERIVA (sem Deriva)
Entro na sala, estive ausente no encontro passado, mas tenho uma ideia do que aconteceu ( Sei que fizeram a primeira deriva deste módulo). A ideia de Sample repercurtiu em mim durante a semana que passou, e expandi esse conceito para além dança, além possibilidade de criação. Ela foi pra vida. Fiz uma viagem de trabalho e estudos, me afastei de uma certa rotina, me distanciei. Eis que surge a questão completamente contaminada por esses estudos :
De todas as coisas que eu faço, e que já fiz: O que sobra? O que me resta? O que naturalmente se faz ( Por que já está)?
O que digo, o que visto, quem sou hoje.
Somos Samplers.
Entender isso me acalmou num sentido muito prático: Escolhas estão sendo e foram feitas a cada minuto, e não foram necessariamente OBRAS de um juiz, do Grande senhor da lógica e racionalidade. Me senti numa espécie de parceria com um DJ* ou um produtor invisível, que participa dessa escolha.
O QUE FICA? O QUE FICOU?
O processo está justamente em OLHAR pra isso, VER em si, ver se no todo,
E CONFIAR, essa é a palavra. CONFIAR - Em tudo o que foi feito. e se faz, instante a instante.
3 de Abril de 2018
SAMPLES EM DERIVA (na deriva)
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